Histórias do Mané
Evelin Campos, ComCopa
Filha de peixe, peixinho é. Conheça, na série “Histórias do Mané” desta terça-feira (24/09), a força e a determinação de Janete Souza Costa, que se inspirou no pai, operário da construção de Brasília, durante seu trabalho na obra do estádio
| Fotos: Andre Borges/ComCopa |
“Queria muito trabalhar nessa obra, pela complexidade e a oportunidade de aprendizado. Fiquei um ano persistindo até que consegui uma vaga. Posso dizer que tive uma ótima experiência de vida”, conta Janete, admitida no canteiro de obras no início de 2012. Os bons salários e as chances de crescimento também atraíram a operária, que começou como ajudante de carpintaria e em apenas seis meses foi promovida a carpinteira.
Hoje, ao ver o gigante que ajudou a erguer, a operária sente orgulho por ter participado do projeto. “Foi a melhor obra em que trabalhei até hoje. O serviço foi gratificante e o resultado ficou maravilhoso. Toda vez que passo pelo estádio fico emocionada, pois aprendi muito e fiz boas amizades”, revela a brasiliense.
Pinta de artilheira – O clima no Mané Garrincha sempre foi de descontração, segundo Rafinha. Desde o dia a dia do trabalho às comemorações após a conclusão de cada etapa da obra. Mas o momento mais marcante, para ela, foi a vitória na 2ª Copa Solidária Operários da Bola, disputada por 800 trabalhadores em um gramado provisório, em abril do ano passado.
Na competição, os times tinham nomes de seleções. O do grupo de Rafinha não podia ser melhor: Brasil. A final feminina, entre a equipe canarinha e a Itália, terminou empatada em 1 x 1, o que levou a decisão para os pênaltis. Com dois gols convertidos e uma defesa, o time do Brasil levantou o troféu de campeão.
Já Rafinha ganhou o título de maior artilheira do campeonato, com três gols. “A melhor sensação foi poder bater uma bola no estádio antes de qualquer jogador famoso. Fizemos bonito e deixamos aquele monumento para a Seleção Brasileira. Agora espero que o Brasil siga nosso exemplo na Copa do Mundo de 2014”, torce.
No Mané Garrincha, a operária encontrou a chance de uma virada em sua vida. Ao lado da companheira Antônia Lizete da Silva, 28 anos, trabalhou sem se cansar. Juntas, elas conseguiram sair do aluguel e comprar um terreno na área rural de São Sebastião, onde sonham construir a própria casa.
O pai de Rafinha, que aqui construiu não apenas o sonho de uma nova capital, mas também a própria vida, foi morar no Piauí há cerca de dois anos. A caçula, por outro lado, não pretende sair da cidade onde nasceu. Sua meta é estudar e ser aprovada em um concurso público na área de segurança do trabalho. “Vou continuar lutando e fazendo o que eu gosto em Brasília, onde tudo começou e onde estou escrevendo minha história”, conclui.
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