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quarta-feira, 7 de maio de 2014

Paralimpíadas de 2016

Histórias do Mané

  Kleyton Almeida, ComCopa
Exemplo de superação, paratleta conhece o Estádio Nacional de Brasília e torce para que jogos de futebol da Paralimpíadas de 2016 também venham para a arena brasiliense
Fotos: Fabiano Neves/ComCopa
Histórias do Mané paraatleta Foto Fabiano Neves

Quando entrou pela primeira vez no Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha, Pedro Henrique Martins, 23 anos, não conteve a emoção. Disparou uma série de perguntas sobre a arena, desde o tamanho do gramado, passando pelo número de assentos, até como foi instalada a cobertura, numa ânsia de conhecer os mínimos detalhes do mais novo cartão-postal da capital.

A curiosidade aguçada do jovem surpreende, principalmente quando se sabe que ele foi desenganado pelos médicos e hoje, aos 23 anos, esbanja saúde e uma alegria de viver sem limites. Velocista paratleta, ele é bicampeão brasileiro dos 400 metros e, agora, treina para garantir uma vaga na equipe de atletismo nas Paralimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.

Morador da Ceilândia, Pedro foi diagnosticado com paralisia cerebral quando nasceu. E, desde então, com apoio da mãe, a técnica de enfermagem Sandra Martins, de 40 anos, vem escrevendo uma história de superação.

Orgulho - Pedro conheceu a arena brasiliense num dos passeios guiados do projeto GDF Junto de Você, que leva moradores das regiões administrativas para visitar o estádio. “Sou brasiliense e tenho orgulho de fazer parte do esporte da capital. E com esse novo monumento, a cidade atraiu grandes eventos esportivos”, diz, emocionado.

O paratleta ressalta que seria uma oportunidade única se o estádio sediasse alguma partida de futebol para modalidades com limitações físicas. “Será um belo espetáculo. Quem sabe durante as Paralimpíadas do Rio alguma partida seja disputada no estádio...”, conta o atleta. 

Histórias do Mané paratleta Foto Fabiano NevesPersistência e dedicação são os ingredientes que fazem a trajetória de sucesso de Pedro. O rapaz percorre uma hora de ônibus, todos os dias, para sair de casa, em Ceilândia, e chegar ao local de treinamento, no Recanto das Emas. E tanto esforço valeu a pena.

Em 2011, ele conquistou, em São Paulo, o bicampeonato nos 400 metros, e em abril deste ano participou pela primeira vez do Open Internacional, competição que reúne os melhores paratletas de vários países como Rússia, Estados Unidos, Croácia, Japão e África do Sul. O brasiliense ficou em quarto lugar nos 400 metros, e em quinto nos 200 metros. “Provei que somos donos do nosso destino. Para quem não podia nem andar, já fiz muito”, afirma o velocista.

Planos – Mesmo com limitação de locomoção por conta da paralisia em uma das pernas e a dificuldade na fala, o paratleta tenta seguir uma vida normal. Neste ano, conseguiu a aprovação para cursar teologia em uma faculdade do DF. Mas pretende adiar os estudos, já que sua prioridade, agora, é conquistar uma vaga nas Paralimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016. “Minhas chances são reais nos 1.500 metros. Se continuar fazendo minha parte, Brasília terá um representante na cidade maravilhosa”, aposta.

O campeão é acompanhado voluntariamente pelo técnico e professor Manuel Evaristo, do projeto Clube dos Descalços Caixa, idealizado pelo medalhista olímpico Joaquim Cruz. O treinador garante que Pedro é uma das grandes revelações do programa. “Revelamos vários atletas e Pedro é um grande talento. O maior desafio dele agora é participar das Paralimpíadas e sei que ele é capaz”, ressalta.

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