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sexta-feira, 21 de março de 2014

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Time de catadores entra em campo no mundial

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Enquanto a bola rola no gramado, 70 catadores vão garantir a coleta e a separação dos resíduos recicláveis no Mané Garrincha. Iniciativa representa geração de renda para os participantes do projeto

Fotos: Andre Borges/ComCopa
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A inclusão social, o respeito ao meio ambiente e o aproveitamento de lixo reciclável também marcarão um gol na Copa do Mundo da FIFA™ no Brasil. Foi realizado nesta terça-feira (11/03) o treinamento de 70 catadores de material reciclável que atuarão durante os sete jogos marcados para o Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha. Nas 12 cidades-sede serão, ao todo, 840 profissionais capacitados.

No DF, os 70 profissionais foram sorteados entre 25 cooperativas apoiadas pela Coca-Cola Brasil, responsável pela iniciativa em parceria com a FIFA. No curso, eles aprenderam sobre manuseio de equipamentos de coleta e regras de comportamento no estádio, além de questões de segurança e logística do trabalho. Em maio, o grupo fará um treinamento prático no estádio.

unnamedPara o diretor de Assuntos Governamentais, Comunicação e Sustentabilidade da Coca-Cola Brasil, Victor Bicca, os benefícios da coleta vão além da limpeza do estádio. “É uma ação de inclusão social, geração de renda e preservação do meio ambiente. Além da chance de participar do Mundial, os catadores terão capacitação e experiência que permitirão que eles atuem em outros grandes eventos, já que o Mané Garrincha é uma arena multiuso”, destacou.

O secretário Extraordinário da Copa 2014, Claudio Monteiro, reforça o apoio do Governo do Distrito Federal à iniciativa. “Dessa forma o estádio cumpre seu papel social, com a geração de renda para a população. Esse é mais um legado da construção da arena e da realização da Copa do Mundo para a nossa capital”, enfatiza.

Por partida, a estimativa dos organizadores é que sejam produzidas cinco toneladas de lixo reciclável em média. Os catadores serão responsáveis por coletar e separar os resíduos, que serão divididos e direcionados às cooperativas para reciclagem.

Conscientização – No estádio de Brasília serão instalados cerca de 300 coletores de 180 litros em áreas de circulação do público, e pelo menos 400 lixeiras de papelão de 100 litros em escritórios, vestiários e áreas VIP. Os equipamentos da cor verde serão destinados aos resíduos recicláveis, como copos e garrafas plásticas. Já os de cor cinza receberão lixo orgânico, como restos de alimento.

Durante as partidas, haverá campanha de conscientização com os torcedores. Além da sinalização adequada das lixeiras, serão divulgados informes nos telões com mensagens do mascote do Mundial, o tatu-bola Fuleco, padrinho da ação. “Outro legado importante é que o cidadão verá o padrão de gestão de resíduos e levará essa experiência para fora do estádio, contribuindo para uma coleta seletiva de qualidade na cidade”, afirmou Victor Bicca.
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Mais renda
 – Todos os 70 catadores atuarão nas sete partidas sediadas no Mané Garrincha. Mas o trabalho vai se prolongar por todo o período do Mundial: quando não houver jogo, equipes menores se revezarão na manutenção da coleta seletiva no estádio. Ao final, todo o material será reunido e dividido entre as cooperativas.

O catador Alex Pereira, 38 anos, não vê a hora de repetir a experiência que teve na Copa das Confederações da FIFA, quando foram recolhidas 70 toneladas de material reciclável nos seis estádios-sede do torneio em 2013. “Para a nossa categoria, trabalhar na Copa
 do Mundo será como um grito de gol. Além do reconhecimento, teremos uma renda a mais e um destaque no currículo”, comemorou o morador da Estrutural.

Na profissão há 12 anos, a maranhense Maria Analia Carvalho, 58 anos, trabalha e mora no Recanto das Emas. Para ela, o contato do público com a coleta seletiva em um estádio de futebol terá bons resultados. “Eu acho bacana porque a gente vai ensinar as pessoas e ver como elas se comportam nessa nova era da coleta seletiva. É bom para a gente, para o meio ambiente e para o mundo”, afirmou.

Legado – A coleta seletiva começou no Distrito Federal há um mês, com a entrega dos caminhões responsáveis pelo recolhimento do lixo reciclável. Segundo o coordenador do Movimento Nacional de Catadores no DF, Ronei Alves, a valorização desse trabalho durante a Copa do Mundo da FIFA™ terá impactos positivos na conscientização do brasiliense para a cultura do descarte responsável de lixo.

“O catador sempre trabalhou de forma invisível. Poder atuar em um evento que será visto em todo o planeta é uma oportunidade de mostrar que temos uma função ambiental importante”, ressaltou Ronei. “Estamos vivendo um momento em que o cidadão precisa se responsabilizar pelo lixo que produz. Com essa ação, a população terá consciência, ao consumir a comida e a bebida, de que esse material precisa ter um descarte e uma destinação corretos”, finalizou.

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