Programa nutricional aumenta frequência escolar
Paula Oliveira, da Agência Brasília
Complementação alimentar garante duas refeições
por dia para alunos em situação de vulnerabilidade social
Em parceria com técnicos da Secretaria de Educação do DF e da Secretaria de Desenvolvimento Humano e Social, pesquisadores da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) fizeram levantamento inédito sobre a percepção de alunos e de diretores acerca do Programa Refeição Complementar nas Escolas. Foi constatado que 79,3% dos estudantes fazem as refeições na escola e grande parte gosta de comer o que é oferecido. Cerca de 80% deixam de almoçar em casa, porque já são alimentados na escola.
O programa, que existe desde 2012, beneficia estudantes de 96 instituições e garante duas refeições por dia para alunos em situação de vulnerabilidade social. A maioria dos diretores entrevistados pelos pesquisadores percebeu aumento da frequência dos alunos depois da implementação do programa (31,3% consideram a influência muito grande e 37,5%, grande).
Outro dado é que mais de 40% das escolas pesquisadas produzem alguns alimentos utilizados nas refeições dos alunos. Além disso, quase 60% têm atividades pedagógicas extras relacionadas à refeição escolar. "A alimentação saudável é muito mais do que uma questão puramente nutricional, ela envolve vários aspectos sociais e culturais que devem ser levados em consideração", disse o técnico de políticas sociais e promoção social da Codeplan, José Parente. A pesquisa foi feita em 48 escolas — 701 alunos a partir de 10 anos e 48 diretores foram entrevistados em novembro de 2014.
Os técnicos da Codeplan não determinaram se o programa influenciou os hábitos alimentares dos alunos fora da escola, mas perceberam que a base alimentar dos entrevistados, mesmo em casa, passou a ser mais saudável — 64,9% comem pelo menos uma fruta por dia; 60,9% ingerem salada crua; e 60,9% alimentam-se de um pedaço ou mais de carne, peixe ou frango por dia. "Esses dados são preciosos para que a gente planeje uma gestão mais eficiente; vamos estudar esses números e focar nossas ações para juntar no prato qualidade, visual e sabor", disse a subsecretária de Infraestrutura e Apoio Institucional da Secretaria de Educação do DF, Júlia Mandarino. Para isso, a pasta conta com o trabalho de 83 nutricionistas.
Objetivos
O programa de complementação alimentar faz parte da Política de Segurança Alimentar e Nutricional, criada nacionalmente em 2006. Normalmente, as crianças recebem uma refeição por dia na escola — exceto aquelas que estão em instituições de turno integral. Quem participa do programa recebe duas. Por exemplo, pela manhã, o aluno toma o café da manhã e almoça na escola. Nas 96 instituições, são distribuídas, em média, 576,8 refeições por dia. Entre os objetivos do programa estão aumentar o rendimento pedagógico, melhorar a qualidade da merenda e reduzir o abandono e a evasão escolar.
Veja outros dados da pesquisa.
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