Turistas poderão optar por hospedagem alternativa durante a Copa em Brasília
Programa “Cama e Café”, lançado pela secretaria de
Turismo do Distrito Federal, está cadastrando mais residências.
A partir de agosto, hóspedes terão como ver fotos das
casas e fazer reservas de quartos
Ênius de Aquino na entrada da casa dele na Vila Planalto,
uma das opções de hospedagem alternativa para os turistas em Brasília
O turista chega a Brasília e, ao invés de seguir para os tradicionais setores hoteleiros da cidade, vai para a Vila Planalto. Ele se depara com uma casa de jardim imenso, aconchegante e com quartos espaçosos. O único som que se escuta é o canto dos passarinhos. Este turista pode ser o novo hóspede de Ênius de Aquino, cuja residência já foi selecionada para o programa de hospedagem alternativa “Cama e Café”, lançado pela secretaria de Turismo do Distrito Federal.
“Tem muita gente que acha o hotel tradicional um esquema muito frio. Aqui você tem uma casa aberta, ele pode ficar na varanda, usar a cozinha. Além da tranquilidade, o hóspede está muito perto de vários pontos turísticos da cidade, como o Palácio da Alvorada e a Esplanada, sem contar que a Vila Planalto é um polo gastronômico da cidade”, diz Ênius.
Ele é tatuador e trabalha em casa, onde montou o estúdio. O imóvel têm três quartos que ficam vazios, já que Ênius mora sozinho. Ele já recebe, duas vezes ao ano, floristas que participam de uma feira de orquídeas, e gosta da experiência. Ênius sabe que a Copa de 2014 pode ser uma grande oportunidade para o aluguel dos quartos, já que Brasília vai receber sete jogos do Mundial. Mas a vontade de abrir a casa aos turistas vai além do megaevento esportivo.
“Minha casa fica subutilizada. Receber turistas é uma forma de conhecer outras pessoas, outras culturas, além de aumentar a renda. E o preço vai depender do que o hóspede quiser. Pode ser só o básico, o quarto e o café da manhã, mas pode ir além. Adoro cozinhar, já tive restaurante e posso preparar refeições, por exemplo”, explica.
Espaços internos e externos da casa de Ênius, incluindo um dos quartos disponíveis para aluguel
Programa
No Cama e Café, as casas devem oferecer, para uso turístico, no mínimo um e no máximo três quartos, com uma a três camas em cada unidade. As áreas comuns da residência, os quartos e banheiros devem ter a infraestrutura mínima exigida pelo programa e o dono deve residir no local.
“Não pode ser sublocação, o proprietário deve morar na casa e oferecer café da manhã e limpeza diária dos quartos, banheiros e áreas comuns. Toalhas e roupas de cama têm que ser trocadas a cada três dias”, explica Newton Garcia, presidente do conselho da Associação de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB-DF), entidade parceira do programa e responsável pela operacionalização do “Cama e Café”.
Os preços são definidos pelos proprietários e podem variar de acordo com a estrutura da casa e os serviços desejados pelo hóspede. Newton estima que as diárias devem ficar entre 80 e 250 reais, acrescidas de taxa administrativa e impostos. O sistema operacional que permitirá aos turistas escolher as residências e alugar os quartos estará em funcionamento até agosto. No site da Secretaria de Turismo do DF, os interessados serão direcionados para o sistema, assim que ele estiver disponível.
Seleção de casas
O programa já selecionou 75 casas, sendo 25 na Asa Sul, 25 na Asa Norte e 25 na Vila Planalto. A fase agora é de cadastramento de residências em outras doze regiões administrativas do Distrito Federal, obedecendo aos critérios de proximidade em relação a Brasília e aos principais atrativos turísticos, fluxo potencial de visitação turística e segurança/acesso rápido aos locais de interesse. O objetivo é selecionar outras 300 residências, sendo 25 em cada uma das doze regiões.
Os interessados em cadastrar a residência devem preencher o formulário de pré-inscrição, completando o questionário de autoavaliação e atendimento aos requisitos. “Depois que recebemos essas informações, fazemos visitas aos locais, para checar se as casas apresentam, de fato, o que foi detalhado no cadastro e para ver se atendem todas as condições necessárias para fazer parte do programa”, diz Newton.
“É uma forma de dar segurança aos hóspedes e a quem recebe os turistas também. Quem vai se hospedar sabe que a casa foi vistoriada e quem hospeda fica mais tranquilo porque as pessoas que vão alugar os quartos também vão ser cadastradas”, complementa Ênius.
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