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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Flores

Capital das flores

  Elisabel Ferriche, ComCopa

O Distrito Federal é o maior consumidor per capita de flores e plantas do país, e o terceiro mercado nacional em números absolutos. O setor, que cresce cerca de 20% ao ano, prevê novo impulso com a realização da Copa do Mundo

Fotos: Andre Borges/ComCopa
producao flores df 8

Quem não se encanta com a beleza das rosas, a delicadeza das orquídeas ou o colorido das flores tropicais? Em Brasília elas estão conquistando cada vez mais público. Os números mostram que o consumo de flores na Capital do país teve um crescimento de 68,5%, maior do que a média nacional. Nos últimos cinco anos o mercado de flores e plantas do Distrito Federal cresceu em torno de 20% ao ano.

A realização da Copa do Mundo tende a melhorar esse desempenho em 2014. E para estimular o consumo, pelo menos durante o período, o setor decidiu investir na temática da Copa. Os produtores de flores e plantas ornamentais de Brasília apostam no verde e amarelo para incentivar a compra. 

As plantas de cores vivas e relacionadas às bandeiras dos países devem compor a ornamentação do estádio, dos hotéis e eventos. É a expectativa de Francisco Jakubowski de Carvalho, vice-presidente da Central Flores, um centro de comercialização da Associação Brasiliense de Flores e Plantas, que fica na Ceasa. “Estamos atento a essa oportunidade, por isso queremos o apoio do Sebrae e demais parceiros para nos organizarmos”, disse ele.

Fazem parte da lista de pedidos as flores nobres como as gérberas, lisianthus e copo-de-leite, mas são as flores tropicais como a estrelícia, antúrio e helicônia os carros-chefes da produção local. As flores do campo como margaridas e crisântemos também caíram no gosto tanto de quem quer agradar na hora de presentear, quanto de quem deseja enfeitar seja um salão nobre de uma embaixada, ou um ambiente mais descontraído de uma festa de formatura.

AB  9502-producao flores df 3Brasileirinhos – Segundo o engenheiro agrônomo e coordenador do Programa Floricultura da Emater-DF, Cleison Duval, os produtores de flores tropicais da agricultura familiar do DF estão preparados para fornecer seus arbustos brasileirinhos, folhagens verdes e flores amarelas que poderão não só decorar as salas de centros de convenções e hotéis, mas também enfeitar o Projeto Burle Marx, no centro da Capital, e todo o Estádio Nacional Mané Garrincha.

As flores, que eram procuradas apenas em datas específicas como Dia das Mães, dos Namorados, aniversários e casamentos, passaram a fazer parte do cotidiano e enfeitar os lares e festas brasilienses. Isso fez Brasília aparecer em primeiro lugar no ranking nacional de consumidor per capita de flores, e em terceiro lugar em volumes globais, perdendo apenas para São Paulo e Porto Alegre. O faturamento anual gira em torno de R$ 120 milhões.

Aqui, gastam-se, por morador, em média, R$ 39,62 com flores, número 72,11% maior que a despesa nacional, de R$ 23,02, segundo dados de novembro de 2012 do Instituto Brasileiro de Floricultura (Ibraflor). O recente cenário é resultado da elevada renda média da capital federal e da soma de uma série de incentivos e fatores. Cresceu não somente o mercado consumidor, mas também o produtor.

Praticidade – Desde que foi criada, em 2001, a Central Flores facilitou a vida do produtor em Brasília que antes era obrigado a correr para encontrar mercado para o produto. Agora os compradores que buscam em um só lugar as espécies que precisam. 

Além de um lugar de compra, a Central Flores é também um lugar aprazível para passear, admirar o verde e o colorido de inúmeras espécies e ainda de aprendizado. Semanalmente são realizados cursos gratuitos de cultivo de orquídeas e arranjos tropicais, entre outros. O lugar, bem centralizado, fica apenas a 7,8 quilômetros do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e pode ser inserido na programação turística dos visitantes.

Produção - Os 131 produtores do Distrito Federal ocupam 540 hectares de área utilizada para o cultivo de flores de vaso, flores de corte, plantas ornamentais, flores tropicais, folhagens de corte e grama. “Hoje, o Distrito Federal só não produz comercialmente violetas e rosas, porque o custo de produção é alto”, explica Kiko Carvalho, “mas somos autossuficientes em flores de corte tropicais, uma especialidade local que é vendida para outros estados como Goiás, Minas e São Paulo”.

“Nosso clima e solo são propícios a todo cultivo. Não temos variação brusca nas temperaturas como em outros estados, e nem geadas que prejudicam o cultivo. Por outro lado, temos uma época de seca que nos ajuda em relação à diminuição de doenças, pois a ausência de umidade evita e disseminação de fungos e bactérias”, explica o engenheiro agrônomo Cleison Duval, coordenador do Programa Floricultura, da Emater-DF.

AB  9515-producao flores df 4Cooperativa - Para garantir mercado aos produtores de flores da Capital, a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do DF, há quatro anos deu apoio a criação da Cooperativa dos Produtores de Flores e Plantas Ornamentais do DF – Multiflor na época com 21 integrantes, sendo 15 mulheres do Núcleo Rural do Rio Preto e da Colônia Agrícola São José, na Região Administrativa de Planaltina.
Hoje, com 54 integrantes, sendo 78,7% agricultores familiares, o grupo vem trabalhando com produção de flores em vaso (pimentas, cactos, suculentas, petúnias, torênias, orquídeas, gerânios, brincos de princesa, samambaias, entre outras), expostas em shoppings da cidade. A cooperativa vem procurando ampliar, tanto o número de cooperados familiares, quanto o mix de seus produtos, passando a produzir também flores de corte, forrações e plantas ornamentais.

Apoio - Para impulsionar o mercado das flores, o programa Sebrae/2014 incluiu no agronegócio os produtores do Distrito Federal incentivando rodadas de negócios com o mercado consumidor, principalmente visando os megaeventos como a Copa do Mundo. “Assim o produtor fica sabendo a necessidade do comprador e o comprador sabe onde buscar o produto sem necessidade de recorrer a outros estados”, explica Jackeyline Reis Mapurunga, analista do Sebrae-DF.

Com o incentivo, diversas espécies antes trazidas de outros estados começaram a ser cultivadas na cidade, como é o caso das hortênsias, que eram exclusividade da Região Sul do país. O fato agradou, além do comprador individual, ao decorador de eventos, que passou a ter maior possibilidade de escolha e flores mais frescas e vistosas, com preços mais competitivos.

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