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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

PORTAL BRASÍLIA NA COPA

Escolas da Copa: um gol de educação

  Evelin Campos, ComCopa
Em entrevista exclusiva ao PORTAL BRASÍLIA NA COPA, o secretário de Educação, Marcelo Aguiar, destaca, entre outras ações, o projeto Escolas da Copa. Iniciativa vai reutilizar mais de duas mil toneladas de estruturas metálicas usadas na obra do Mané Garrincha para construir e ampliar escolas. Investimento será fundamental para consolidar a educação integral no Distrito Federal

Fotos: Andre Borges/ComCopa
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Quando o educador Anísio Teixeira idealizou o ensino em tempo integral para a nova capital do país, jamais imaginou que um estádio de futebol teria um papel tão importante no projeto. Após comprovar seu potencial para o esporte, a cultura e a geração de empregos em Brasília, o Estádio Mané Garrincha deixará sua marca na área de educação com o projeto Escolas da Copa.

Pensada pelo governador Agnelo Queiroz, a iniciativa prevê o uso de estruturas metálicas utilizadas temporariamente na obra da arena para construir e ampliar escolas. O projeto começará em Brazlândia, onde o governo pretende universalizar a educação integral, para depois ampliar às outras regiões. “Nossa meta é entregar 22 novas unidades até 2014, o que beneficiará, no mínimo, mais 13 mil estudantes e proporcionará uma economia de mais de 40% nas obras”, afirma o secretário de Educação, Marcelo Aguiar.

Para o secretário, mais do que um estádio, a arena brasiliense é um espaço multiuso e democrático. Confirmado para receber a abertura da Gymnasiade, as Olimpíadas Escolares Mundiais, em 27 de novembro, o Mané Garrincha será um dos destinos dos 20 mil alunos que participarão da Colônia de Férias, em janeiro de 2014. “Nós queremos lotar aquele estádio”, ressalta Aguiar.

Após fornecer entulho da antiga construção para reutilização e reciclagem, o Estádio Mané Garrincha terá participação fundamental no reaproveitamento de estruturas para construção de escolas. Como será isso?

A obra do estádio, por ser extremamente complexa, envolveu a utilização de materiais de primeira qualidade, principalmente para o escoramento durante a construção. São estruturas metálicas de grande porte que seriam descartadas ao final da obra. Foi aí que o governador Agnelo Queiroz teve a ideia de reaproveitar o material da arena para fazer escolas. Por isso o nome do projeto: Escolas da Copa. Temos pouco mais de 2 mil toneladas de vigas e pilares, suficientes para construir 12 escolas novas com três pavimentos cada. Nossa meta é entregar 22 novas unidades até 2014.

O projeto Escolas da Copa está ligado à meta do governo de introduzir a educação integral no DF?

Sim, totalmente. Nossa ideia é ampliar a capacidade de atendimento de todas as escolas para podermos implantar definitivamente a educação integral em todo o Distrito Federal. E o Escolas da Copa vai ao encontro desse objetivo, já que aumentará o número de alunos em cada escola, ou atenderá a mesma quantidade, nos dois turnos. De acordo com cálculos da nossa área técnica, se o material for usado na ampliação de unidades, o número de beneficiados pode até triplicar.

O projeto também prevê a utilização de algumas das escolas como polo de referência. Em um núcleo de três ou quatro unidades onde não for possível fazer a ampliação, por exemplo, poderemos construir um prédio maior para servir como uma espécie de escola parque. Os alunos ficarão em sua própria escola em um turno, e no horário contrário farão as atividades no local.

marcelo 2 editQuantos alunos serão beneficiados pelas Escolas da Copa?

Atualmente, a rede pública de ensino do Distrito Federal atende 486.429 alunos em 654 escolas. Com o projeto Escolas da Copa, serão, no mínimo, mais 594 alunos em cada escola, num total de 13.068 estudantes. Se a estrutura for usada para ampliar as escolas, esse número pode aumentar e muito.

Quais serão as regiões atendidas?

Uma das definições que já foram tomadas junto ao governador foi a escolha de Brazlândia como primeira cidade a receber as Escolas da Copa. Ao invés de espalhar escolas de educação integral em todo o DF, o que não traria resultados expressivos, vamos concentrar os esforços em uma cidade, universalizar a educação integral no local e em seguida ampliar para outras regiões. Escolhemos Brazlândia por se tratar de uma comunidade pequena e consolidada, onde residem 70% dos professores da rede pública de ensino. Isso facilita o trabalho dos educadores com a comunidade, os pais e os alunos.

Qual será a economia gerada pelo uso de estruturas do Mané Garrincha na construção e ampliação das escolas?

Além dos ganhos na área de educação, o projeto também terá vantagens econômicas. Nós vamos economizar, na obra, mais de 40%, equivalente ao custo de estruturas metálicas usadas em uma construção. É uma ideia extremamente simples, mas com impacto muito grande.

Como está o andamento do projeto?

No momento estamos fazendo um levantamento das escolas escolhidas para ter educação integral, fazendo visitas e avaliando características como localização e terreno. Se a unidade tiver espaço suficiente, faremos a ampliação. Em outros casos, há escolas que estão num estado de manutenção tão precário que vale mais a pena construir uma nova. Existe ainda a possibilidade de fazer duas escolas em um mesmo terreno, construindo uma nova e em seguida reformando a que já existe. Por outro lado, se a escola não tiver espaço disponível, vamos procurar áreas próximas, construir, transferir os alunos e depois retornar ao antigo terreno para fazer outra unidade. Tudo isso sem que as aulas sejam interrompidas, isolando a área da construção ou realocando os alunos. A previsão é entregar todas as Escolas da Copa até o final de 2014, pois, com as estruturas metálicas disponíveis, o processo construtivo é mais rápido.

Que outras medidas, além do projeto Escolas da Copa, estão sendo adotadas para consolidar a educação integral no DF?

Estamos em um processo de construção de creches em todo o Distrito Federal. Para se ter uma ideia, em 50 anos de Brasília, apenas uma creche pública foi entregue à população, na Asa Sul. As demais são conveniadas. E pela primeira vez nessas cinco décadas, um governo tomou a iniciativa de construir creches públicas. Será uma para cada um dos 50 anos da capital, que serão inauguradas até março de 2014. Em breve vamos inaugurar a de Sobradinho, que já está pronta. Também está prevista, até o final do ano que vem, a entrega de mais 61 creches, totalizando 111 unidades em pleno funcionamento a partir de 2015. É um salto de educação que nunca foi dado.

Desde que foi inaugurado, em maio deste ano, o estádio já recebeu eventos esportivos, culturais e sociais, que, juntos, reuniram mais de 500 mil pessoas. Como a construção da arena e a realização de grandes eventos têm impacto na educação?

O estádio, como centro de grandes eventos da cidade, tem tido um papel importante para que os nossos alunos tenham oportunidade de participar dessa programação. Alguns exemplos são a Copa das Confederações, o Renato Russo Sinfônico e o show da Beyoncé. O secretário Extraordinário da Copa 2014, Claudio Monteiro, já sinalizou, inclusive, que serão disponibilizadas entradas para o próximo show, do Aerosmith, em 23 de outubro. De outra forma, dificilmente esses jovens teriam oportunidade de conhecer o estádio. E a prioridade é para os melhores alunos, o que valoriza o mérito e incentiva o estudo.

O senhor considera a arena um espaço multiuso e democrático?

Sem dúvida. Mais importante do que a oportunidade de levar alunos aos jogos e shows é a possibilidade de realizar eventos da nossa rede, como os Jogos Escolares, por exemplo. Inclusive um dos projetos da Colônia de Férias, que será realizada em janeiro de 2014, é levar 20 mil alunos para conhecer o Mané Garrincha. Temos alunos que nunca vieram ao Plano Piloto, então essa é uma grande chance de mostrar a eles os pontos turísticos da cidade e seu mais novo monumento. O objetivo é incluir o estádio em nosso calendário de atividades.

Brasília sediará, antes da Copa do Mundo de 2014, entre os dias 27 de novembro e 4 de dezembro deste ano, mais uma importante agenda esportiva: a Gymnasiade 2013. Qual a importância desse evento para a educação e o desporto escolar?

A Gymnasiade, que são as chamadas Olimpíadas Escolares Mundiais, será fundamental para recuperarmos a tradição do desporto escolar no DF e viabilizarmos a reforma da estrutura esportiva da cidade. A abertura já está confirmada para o estádio, no dia 27 de novembro. Vamos receber cerca de 2,5 mil estudantes de 40 países que disputarão várias modalidades esportivas, além de milhares de alunos que assistirão das arquibancadas. Nós queremos lotar aquele estádio. Mais do que um teste, a Gymnasiade é um começo, pois, a partir da realização dos Jogos Mundiais Escolares, Brasília reunirá as condições necessárias para sediar também a Universíade em 2019.

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