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sexta-feira, 21 de novembro de 2014

NEGROS - Trabalho

Cresce a participação de negros no mercado de trabalho

  Johnny Braga, da Agência Brasília
Cresce a participação de negros no mercado de trabalhoFoto:Mary Leal/Arquivo
Desemprego para esse segmento da população, no entanto, ainda é alto, aponta pesquisa divulgada pela Secretaria do Trabalho
A população negra economicamente ativa no Distrito Federal cresceu nos últimos anos. No entanto, o desemprego para esse segmento populacional ainda é alto, conforme revela a Pesquisa Emprego e Desemprego (PED). Em 2013, segundo o estudo, 68,8% da população negra estava na condição economicamente ativa e os não negros representavam apenas 31,2%.

Na última década, entre 2003 e 2013, a taxa de desemprego total caiu consideravelmente, passando de 23,4% no primeiro ano pesquisado, para 12,4% no ano passado. Por outro lado, a pesquisa mostra o percentual de negros desempregados que chegou a 74%, valor acima do registrado entre a população ocupada (68,1%).

A pesquisa foi elaborada pela Codeplan, Dieese, Secretaria de Trabalho do DF e outros órgãos governamentais. Para o secretário de Trabalho, Bolivar Rocha, o resultado reflete as políticas governamentais voltadas para a educação e qualificação profissional.

"Chegamos a esse índice graças a um esforço do governo que expandiu as políticas públicas, como a qualificação profissional e investiu em obras que garantiram a criação de milhares de empregos, como os que vieram com a Copa do Mundo", explicou o secretário.

DIFERENÇAS – Se comparadas as taxas de desemprego entre negros e não negros, o índice sofreu redução, mesmo que modesta. Em 2013, a taxa de desemprego para negros foi de 13,4% e de 10,4% para não negros. Dez anos antes, a taxa era 6,3 pontos percentuais maior, ou seja, a redução foi de 3,3 pontos.

Entre as mulheres negras, a taxa de desemprego mantém-se tradicionalmente mais elevada em comparação aos demais grupos. Em 2013, houve uma diferença de 7,5 pontos percentuais entre as mulheres negras (15,9%) e homens não negros (8,4%). Quando comparadas às mulheres não negras, que também convivem com taxa de desemprego mais elevada, os dados apontam uma diferença nas taxas de desemprego de 3,3 pontos percentuais.

OCUPAÇÃO – De acordo com a pesquisa, em 2013 o setor de Serviços abrigava a maior parcela dos ocupados negros com 67,8% e 72,7% dos não negros. Sem contar com esse segmento empregatício, os demais setores de atividade apresentavam maior participação de ocupados negros.

Na Construção, o percentual de negros era maior que o de não negros (7,2% contra 5,0%, respectivamente). Essa diferença com vantagem para essa parcela da população se repete no Comércio, na reparação de veículos automotores (19,9% contra 17,5%) e relativamente igual na Indústria (3,6% contra 3,5%).

Os serviços domésticos ocupam o terceiro setor mais importante para a ocupação de negros. Na comparação, 7,1% estavam empregados nesse segmento em 2013 contra 4,9% dos não negros ocupados.

RENDA – Houve elevação na renda dos homens negros e não negros, cujo rendimento médio aumentou 19,2% e 19,5%, respectivamente. Para as mulheres não negras o rendimento médio real mostrou elevação de 24,2%. Já o rendimento médio real/hora dos ocupados negros é de R$ 11,37, que corresponde a 65,1% do recebido pelos não negros, que foi de R$ 17,46, em 2013.

A pesquisa revela ainda que a mulher negra recebe apenas 52,5% do salário do homem não negro, mesmo com a expansão nos rendimentos das duas partes. Os assalariados negros correspondiam, em 2013, a quase a mesma proporção dos não negros (74,4% contra 74,3%, respectivamente). Se comparado o sexo, 38,2% dos homens negros estavam empregados com carteira assinada contra 29,6% de mulheres negras na mesma condição.

O setor privado é o principal empregador. A estrutura ocupacional revela 54% de negros empregados contra 46,5% de não negros. Entre 2003 e 2013, os trabalhadores autônomos diminuíram suas participações entre os negros (passando de 15,6% para 11,0%) e não negros (caindo de 12,3% para 11,0%).

A participação do emprego doméstico também diminuiu para negros (de 12,2% para 7,1%) e não negros (de 6,2% para 4,9%). As mulheres negras absorvem 14,4% das ocupações do Emprego Doméstico no Distrito Federal, patamar bem superior ao das mulheres não negras, 9,7%.

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